Um estudo inédito mostrou o número de empregos diretos e indiretos gerados pelos cartórios brasileiros. Nos 13.760 ofícios existentes no país, são mais de 100 mil ocupações diretas e cerca de 59 mil indiretas. Em Minas Gerais, são 12.406 postos de trabalho criados pelos cartórios e outras 7 mil oportunidades indiretas.
“Os dados são abertos ao público, mas o levantamento nunca havia sido feito. Nem os registradores e notários tinham ideia da quantidade de empregos gerados”, diz Vander Zambeli Vale, autor do artigo “Impacto dos serviços notariais e de registros públicos na geração de empregos” e oficial de cartório de Registro de Imóveis de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Os dados foram extraídos do Justiça Aberta, um sistema de consulta on-line mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele permite que a população tenha acesso a informações sobre as varas cíveis, tribunais, instituições do judiciário brasileiro e também sobre os cartórios extrajudiciais. Já o quantitativo de empregos indiretos foi calculado com base no estudo “Modelo de geração de emprego: metodologia e resultados”, realizado por Sheila Najberg, então assessora da Presidência do BNDES, e Marcelo Ikeda, então economista do convênio BNDES PNUD.
Para Vander, a apuração e a divulgação desses números são importantes para que a população conheça melhor o setor cartorário. “Mesmo sendo uma área tão transparente e fiscalizada, as pessoas não sabem do viés de geração de empregos ou dos tributos recolhidos, que chegam a R$ 9 bilhões anualmente”, diz. No site do CNJ é possível ter acesso a esses e outros dados relevantes para a população, como a renda bruta dos cartórios, o número de empregos gerados e o montante de impostos arrecadados.
Outra peculiaridade importante sobre os empregos gerados pelas serventias extrajudiciais é que, ao contrário de outros setores – como o industrial -, as vagas não são concentradas em determinada região, mas pulverizadas por toda a extensão do país, impulsionando um desenvolvimento econômico mais uniforme. “Os serviços notariais e de registro são essenciais para a população, sendo cada vez mais valorizados em todo o mundo. A discrição do setor não pode culminar na desinformação das pessoas”.
Fonte: Jornal Gazeta de Varginha