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Artigo: Os novos rumos do mercado jurídico

Luiz Felipe Tassitani

Tradicional e com modelo recorrente, o mercado jurídico será chacoalhado pelos novos rumos trazidos pela tecnologia.

As Lawtechs1 estão causando uma verdadeira revolução no mercado jurídico. É cada vez mais fácil encontrar palestras, cursos e grupos engajados na troca de informações e experiências sobre o tema. Prova disso, é que a Fenalaw estará repleta de palestras relacionadas com tecnologia.

Este é o momento ideal para que as empresas e seus gestores jurídicos questionem o atual modelo de modo a absorver todas as possibilidades geradas pela tecnologia. Nesta fase é aceitável que alguns equívocos venham à tona sendo comum mudanças de rota durante o percurso.

Desde a criação da AB2L – Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs -, entidade que apoia e representa empresas que desenvolvem tecnologia e inovação na área jurídica, o número de empresas associadas triplicou. Eram aproximadamente 50 empresas, no primeiro radar de empresas associadas (10/10/17).

Hoje já são mais de 150 empresas distribuídas em 14 categorias.

Os advogados já notaram que para prestar serviços jurídicos de qualidade e com preço compatível é preciso buscar inovação e integrar novas ferramentas tecnológicas para agilizar e otimizar as relações com os clientes.

O leque de ofertas de produtos e serviços oferecidos pelas lawtechs é muito amplo e está em franco crescimento. Veja:

  • Analytics e jurimetria: plataformas que oferecem estatísticas e análise de dados no setor jurídico
  • Automação e Gestão de Documentos e Informações: softwares que automatizam documentos jurídicos e fazem a gestão do ciclo de vida de contratos e processos;
  • Compliance: Empresas que oferecem o conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais e políticas estabelecidas para as atividades da instituição;
  • Conteúdo Jurídico, Educação e Consultoria: Portais de informação, legislação, notícias e demais empresas de consultoria com serviços desde segurança de informação a assessoria tributária;
  • Extração e monitoramento de dados públicos: Monitoramento e gestão de informações públicas como publicações, andamentos processuais, legislação e documentos cartorários;
  • Gestão – Escritórios e Departamentos Jurídicos: Soluções de gestão de informações;
  • IA – Setor Público: Soluções de inteligência artificial para tribunais e poder público;
  • Redes de Profissionais: Redes de conexão entre profissionais do direito, que permitem a pessoas e empresas encontrarem advogados em todo o Brasil;
  • Regtech: Soluções tecnológicas para resolver problemas gerados pelas exigências de regulamentação;
  • Resolução de conflitos online: Empresas dedicadas à resolução online de conflitos por formas alternativas ao processo judicial como mediação, arbitragem e negociação de acordos;
  • Taxtech: Plataformas que oferecem tecnologias e soluções para todos os seus desafios tributários.

Existem muitos desafios a serem enfrentados levando-se em conta o tradicionalismo da profissão do advogado e, inclusive, frente a cultura enraizada nas empresa e escritórios, até hoje. Entretanto, é gratificante ver a evolução que tivemos em tão pouco tempo.

Tenho claro que estamos apenas no início de um movimento que mudará, de forma definitiva, a imagem do setor jurídico perante a sociedade. A tecnologia solucionará alguns dos principais problemas enfrentados, dentre eles, prazos e a forma como solucionamos conflitos.

Caberá aos operadores do direito decidirem seu destino: serão protagonistas da revolução ou, simplesmente, impactados por ela.

De qual lado você está?

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1 Lawteché um termo derivado das palavras law e technology. Comumente utilizado para denominar startups jurídicas que utilizam a tecnologia para facilitar a rotina jurídica e oferecer soluções que garantam a otimização do tempo de escritórios de advocacia ou departamento jurídico de empresas.

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*Luiz Felipe Tassitani é advogado sênior na Sompo Seguros S/A. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade Mackenzie, com MBA em seguros e gestão jurídica estratégica pela FIA – Fundação Instituto de Administração.

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