O documento é um estudo inédito no país e busca dar autonomia por meio da agricultura mecanizada para os povos nativos da região do parecis
A autonomia dos povos indígenas foi um dos temas que marcou a cerimônia de abertura da Parecis SuperAgro 2022. O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, recebeu um projeto que busca o licenciamento ambiental da atividade agrícola mecanizada nas aldeias. Ao todo, são cinco territórios indígenas na região dos Paresi que já realizam este tipo de cultivo. Esse estudo é inédito no país e busca dar autonomia documental para esses povos.
O gestor e perito ambiental, Loivo de Brum Castro, foi quem conduziu os trabalhos nos territórios indígenas. “Foi bastante complexo por conta do tamanho do local. Nós caracterizamos mais de 1 milhão de hectares do território indígena e o objetivo é a regularização ambiental da atividade do projeto agrícola indígena. Nós tivemos várias reuniões técnicas com as equipes da Funai e do Ibama e foi apontado, claramente, que os impactos positivos nessas áreas são maiores que os negativos, já que as áreas de lavouras estão distantes nesse território.” afirma. Ele informa também que a quantidade que os nativos plantam é um percentual muito pequeno com relação ao território que possuem, chegando a uma marca de 1,6%.
Genilson Kezomae, diretor da Coopiparesi, falou sobre a importância desse projeto ser aprovado e reforçou que os Paresi não querem produzir riqueza, mas sim gerar dignidade e condições de trabalho para as comunidades. O licenciamento ambiental é uma garantia de conseguir acesso a financiamentos, uma das dificuldades que os indígenas encontram. “A abertura de portas destes financiamentos depende dessa aprovação que irá facilitar e ajudar no desenvolvimento e continuidade deste trabalho”, diz.